quarta-feira, 11 de março de 2009

A MARCHA DO SAL (MAHATMA GANDHI)



Comemoram-se amanhã setenta e nove anos que, no dia 12 de Março de 1930, Mahatma Gandhi e um conjunto de seguidores, iniciou uma viagem desde Sabarmati Ashram até ao Oceano Índico, em Dandi, onde chegou vinte e cinco dias depois, em 6 de Abril, depois de um percurso de cerca de quatrocentos quilómetros e de um grupo que ia aumentando.

Este acto de não-violência ficou conhecido pela Marcha do Sal (Satyagraha) e foi realizado em protesto contra o monopólio na produção e fabrico de sal por parte das autoridades coloniais inglesas.

Naquela época, o sal constituía um elemento essencial na conservação dos alimentos consumidos pelos povos da Índia, afectando particularmente as classes pobres, mas a sua produção estava vedada por fortes impedimentos determinados pelos ingleses enquanto que aqueles eram obrigados a adquirir produtos industrializados fabricados no Reino Unido.

No dia 6 de Abril, Mahatma Gandhi apanhou um pouco de sal a partir da água do mar e o seu gesto foi repetido pelos milhares de indianos que o acompanhavam, provocando a prisão de cerca de cinquenta mil pessoas, entre elas o próprio Gandhi.

Apesar da prisão, um dos seguidores de Gandhi, Sarojini Naidu conduziu cerca de dois mil e quinhentos voluntários até aos depósitos de sal ingleses e enfrentaram cerca de quatrocentos polícias que investiram contra aqueles sem que os manifestantes esboçassem qualquer gesto violento.

Em consequência desse acto de não-violência e das milhares de prisões que se seguiram, a Europa havia perdido a moral e o prestígio na Ásia e, pouco tempo depois, a produção de sal deixou de ser proibida para os indianos e Gandhi foi convocado para negociações com o Vice-Rei.

A Marcha do Sal é talvez o acto de protesto do século XX mais expressivo dos ideais de não-violência professados por Mahatma Gandhi.

Com um simples gesto de desobediência civil e sem um único acto de violência, um homem com pouco mais de metro e meio de altura, magro, ridicularizado pelas autoridades coloniais como um “faquir semi nu”, conseguiu fazer impor a sua vontade sobre uma das maiores potências daquela época e, desta forma, alcançar a independência de uma da maiores nações asiáticas.

Gandhi não teve a oportunidade de viver muito tempo após a independência da Índia Britânica que, contra a sua vontade, se viria a dividir na União Indiana e no Paquistão.

Em 30 de Janeiro de 1948, foi assassinado por um extremista radical mas as suas ideias de paz, de igualdade entre os povos e de não-violência ficaram para sempre.

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