quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A MORTE DE MARAT (JACQUES LOUIS DAVID)


“Dar corpo e forma perfeita ao pensamento,
eis o que é ser artista”
Jacques Louis David



Jean-Paul Marat nasceu em Boudry (Suíça) em 24 de Maio de 1743 e faleceu em Paris em 13 de Julho de 1793.
É conhecido como uma das personagens mais importantes da Revolução Francesa.

Filho do italiano Giovanni Marra, estudou medicina em Paris e em Bordéus, terminando o curso em Inglaterra, doutorando-se em 1775.
De regresso a França, é nomeado médico da guarda pessoal do Conde d’Artois, irmão mais novo do rei Luís XVI.

Porém, em 1783, abandona a profissão de médico para se dedicar exclusivamente à ciência, publicando artigos sobre experiências com fogo, luz e electricidade.
Interessa-se por outros temas e, em 1780, havia publicado o Plan de Législation Criminelle (Plano de Legislação Criminal), obra considerada subversiva pelo regime monárquico.
É assim que, um ano depois, o seu ingresso na Academia de Ciências é recusado, circunstâncias que provocam o seu desencanto com a aristocracia no poder.

Em 1789, funda o jornal “O Amigo do Povo”, revelando-se defensor das causas populares. Condenado várias vezes, é visto como o porta-voz do Partido Jacobino, a ala mais radical da Revolução Francesa, refugiando-se na Inglaterra entre 1790 a 1791, após o que regressa a Paris.

Quando os “sans-cullote”, orientados pelos jacobinos, proclamam a República e instituem a Comuna de Paris como órgão executivo do governo, Marat é eleito como um dos dirigentes.
Contudo, no ano seguinte, Charlotte Corday, apoiante do partido girondino, fazendo-se passar por informadora e aproveitando a circunstância de Marat necessitar de passar várias horas na banheira em consequência de uma doença de pele, entra em casa deste e assassina-o, utilizando para o efeito um punhal que trazia escondido.

É esta a imagem que é retratada no quadro de Jacques David, pintado em 1793, representando com grande realismo a imagem do corpo de Marat, já cadáver e deitado na banheira, ainda empunhando a pena com que escrevia no momento em que foi assassinado.

Marat surge representado como um mártir da Revolução Francesa, traiçoeiramente assassinado num momento em que se encontrava indefeso, sendo visível ainda a arma do crime e os golpes que provocaram a sua morte.

Gravada no banco de trabalho de Marat, surge a dedicatória e a assinatura do autor, numa espécie de epitáfio fúnebre presente nesta obra que pode ser apreciada no Museu Real de Belas Artes, em Bruxelas (
http://www.fine-arts-museum.be).

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